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Retroalimentação

A retroalimentação consiste em informação entregada para o aluno e/ou para o professor sobre o desempenho do aluno em quanto às metas da aprendizagem. Ela deve assinalar (e ser capaz de) gerar uma melhora na aprendizagem dos alunos. A retroalimentação redireciona ou reorienta as ações do professor ou do estudante para atingirem um objetivo, alinhando o esforço e a atividade com um resultado. Podendo tratar-se da atividade da aprendizagem, do processo da atividade, da gestão do estudante enquanto a sua própria aprendizagem ou auto-regulação, ou sobre eles mesmos como indivíduos (o menos eficaz). Esta retroalimentação pode ser oral, escrita ou pode ser fornecida através de testes ou mediante tecnologia digital. Pode provir de um professor ou alguém que assume a função de ensinar, ou inclusive, de seus colegas.

Quão efetiva é a intervenção?

Os estudos de retroalimentação têm a tendência de mostrar resultados muito valiosos na aprendizagem. No entanto, eles também têm uma variedade muito ampla de efeitos e alguns estudos mostram que a retroalimentação pode ter efeitos negativos e piorar a situação. Portanto, é importante entender os benefícios potenciais e as possíveis limitações da intervenção. Em geral, as intervenções baseadas na investigação que explicitamente visa fornecer retroalimentação para os estudantes, como "Domínios de aprendizagem" de Bloom, também tem a tendência de ter um impacto positivo. A retroalimentação gera resultados em todos os tipos de aprendizagem e em todos os grupos etários. A investigação nas escolas tem se focado particularmente em inglês e em matemáticas, e em menor medida, nas ciências

Outros estudos mostrando menor impacto indicam que conseguir que a retroalimentação seja eficaz na aula é um desafio. Isto também é demonstrado num estudo piloto recente do EEF (Education Endowment Foundation) no qual os professores tentaram empregar a evidência que se possui sobre a retroalimentação mediante uma intervenção de investigação-ação

Evidência na América Latina

A pesquisa desenvolvida na América Latina sobre a retroalimentação mostra, em geral, associações positivas com a aprendizagem. A retroalimentação também pode ter impactos além dos resultados acadêmicos. Por exemplo, alguns estudos encontram efeitos positivos com outras dimensões, como participação, autoconfiança ou boa atitude em relação à classe.

Alguns estudos analisam como os estudantes aprendem uma segunda língua. Da mesma forma, ela mostra que a retroalimentação pode contribuir para o desenvolvimento da linguagem e, em particular, que pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a precisão gramatical de uma segunda língua. Nesta linha, um estudo mostra que os professores tendem a fazer uso da retroalimentação principalmente para corrigir erros, com a avaliação focada no resultado final e não no processo de aprendizagem. Quando a retroalimentação foi dada sem destacar os aspectos positivos da participação e a atitude dos alunos, o processo de aprendizagem de uma segunda língua é severamente limitado.

Outro estudo, utilizando uma abordagem etnográfica, identifica que o tipo de comunicação predominantemente utilizado pelo professor na sala de aula é caracterizado por uma estrutura hierárquica. Quando os professores freqüentemente praticavam um tipo de comunicação baseada na retroalimentação, eles melhoravam a participação observada e a colaboração dos alunos.

No entanto, é importante destacar as limitações desses estudos, uma vez que se baseiam principalmente em métodos qualitativos, com intervenções em pequena escala. Portanto, qualquer generalização desses resultados deve ser feita com cautela.

Quão segura é a evidência?

Existe um grande número de revisões sistemáticas e meta-análises sobre os efeitos da retroalimentação. Os estudos educativos (em vez de psicológicos ou teóricos) têm a tendência de identificar benefícios positivos quando o objetivo consiste na melhora dos resultados da aprendizagem na leitura ou em matemáticas ou na lembrança da informação. A meta-análise mais recente de estudos focados na avaliação formativa nas escolas indica que as melhoras são menores, sugerindo que nas escolas é possível uma melhora de uns três ou quase quatro meses de progresso adicional quando a intervenção tem o apoio de desenvolvimento profissional.

Quais são os custos?

Os custos de fornecer retroalimentação não são elevados. No entanto, é provável que seja necessário um desenvolvimento profissional sustentado para melhorar a prática. Isso inclui saber fazer perguntas e avaliar. Em geral, os custos são estimados baixos.

O que devo considerar?

Antes da implementação desta estratégia em seu ambiente de aprendizagem, considere o seguinte:

Fornecer uma retroalimentação eficaz é um desafio. A investigação sugere que deve ser específica, precisa e clara (por exemplo, "Foi bom porque você ..." em vez de simplesmente "correto"); comparar o que um aluno está fazendo agora mesmo com o que fez errado no passado (por exemplo, "posso ver que se focou em melhorar X pois está bem melhor do que a última vez que E ..."); animar e apoiar esforços adicionais, o que deve ser realizado com moderação para que tenha um verdadeiro significado; fornecer orientação específica sobre como melhorar e não falar com estudantes somente quando estão errados; ter o apoio de desenvolvimento profissional eficaz para professores.
Investigações mais amplas sugerem que a retroalimentação deve tratar-sede tarefas ou metas complexas ou desafiantes, já que é possível que destaque a importância do esforço e a perseverança, como também ser mais valorado pelos estudantes. A retroalimentação pode proceder de outros colegas como também de adultos (ver Tutoria entre estudantes).
Já considerou o desafio de implementar a retroalimentação eficaz e consistentemente?
Quais requisitos de desenvolvimento profissional serão necessários para ter sucesso?