Metacognição e auto-regulação

Impacto Alto, Custo muito baixo, Evidência abrangente

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Metacognição e auto-regulação

As estratégias de intervenção mediante metacognição e auto-regulação (às vezes chamadas estratégias para "aprender a aprender") visam que os estudantes pensem mais especificamente acerca de sua própria aprendizagem. Isto habitualmente se faz ensinando-lhes estratégias específicas para que eles fixem as suas metas, façam monitoramento e avaliação do seu desempenho acadêmico. A auto-regulação significa que eles mesmos farão o manejo da sua motivação para a aprendizagem. Com freqüência a intenção é de fornecer aos estudantes uma série de estratégias para que eles possam escolher durante as suas atividades de aprendizagem.

Quão efetiva é a intervenção?

As estratégias de intervenção com metacognição e auto-regulação têm consistentemente elevados níveis de impacto, com um benefício em média para os estudantes de oito meses adicionais de aprendizagem . A evidência indica que ensinar essas estratégias pode ser especialmente eficaz para estudantes com rendimento acadêmico baixo e estudantes mais velhos.

Ensinar essas estratégias em grupos colaborativos é habitualmente mais eficaz, já que podem se apoiar mutuamente e tornar explícitas as suas idéias mediante o diálogo.

O impacto potencial dessas estratégias de intervenção é muito alto, mas pode ser difícil de ser atingido, já que é preciso de que os estudantes assumam uma maior responsabilidade com a sua aprendizagem e a compreensão do que precisam para conseguir o objetivo. Não existe um método simples nem um truque para isto. Existe um risco de apoiar demais o trabalho dos estudantes e que isto acabe fazendo com que eles não aprendam a fazer o monitoramento e o manejo da sua própria aprendizagem, mas que cheguem a depender das indicações e do apoio do professor. Uma metáfora útil é a do "andaime": o professor fornece apoio para o estudante quando lhe apresenta por primeira vez um conceito e logo depois diminui esse apoio para se assegurar de que o estudante maneje autonomamente a sua aprendizagem.

Evidência na América Latina

Há pesquisas realizadas na América Latina que mostram um claro efeito positivo entre as estratégias metacognitivas e os resultados em matemática e leitura: usando um projeto quase experimental, um dos estudos conclui que há diferenças significativas entre o grupo experimental e o grupo de comparação em o desempenho das operações com frações. Outro estudo mostrou que houve uma correlação significativa entre o estilo cognitivo, a auto-regulação e a realização matemática entre estudantes do ensino secundário. Esses resultados sugerem que quando as estratégias de metacognição e auto-regulação são usadas, há maiores possibilidades para melhorar os resultados de aprendizagem.

Também é importante ressaltar que existe uma relação positiva entre estratégias metacognitivas e resultados específicos em leitura e compreensão escrita. Também parecem ter efeitos positivos mais amplos ao implementar este tipo de abordagem, uma vez que quando uma melhoria em uma habilidade é evidente (por exemplo, escrita), pode haver efeitos positivos relacionados com outra habilidade (por exemplo, leitura).

Do ponto de vista qualitativo, a pesquisa de metacognição na América Latina sugere que quando os estudantes desenvolvem essas habilidades, eles tendem a melhorar seu nível de autoconfiança. Isso parece estar relacionado, por exemplo, com realizações e experiências profundas de aprendizagem em assuntos como a ciência.

Quão segura é a evidência?

Uma quantidade de revisões sistemáticas e meta-análises têm constatado níveis de impacto semelhante nas estratégias ligadas com metacognição e auto-regulação. A maioria dos estudos considerou o impacto em português ou em matemáticas, embora exista algo de evidência para outras matérias, como por exemplo, em ciências, o que indica que essa estratégia de intervenção poderia ser amplamente aplicável.

Quais são os custos?

Em geral, os custos são estimados como muito baixos. Muitas pesquisas relatam benefícios no desenvolvimento profissional ou numa abordagem de pesquisa para professores, onde eles avaliam ativamente estratégias quando aprendem a usá-las.

O que devo considerar?

Antes da implementação desta estratégia em seu ambiente de aprendizagem, considere o seguinte:

  1. As estratégias de intervenção que estimulamos estudantes no planejamento, monitoramento e avaliação da sua aprendizagem têm muita potencialidade, embora precisem de uma cuidadosa execução.

  2. Já ensinou aos estudantes estratégias específicas para o planejamento, o monitoramento e a avaliação dos aspectos específicos de sua aprendizagem? Tem lhes dado oportunidades para usá-las, inicialmente com apoio e logo de forma independente?

  3. Ensinando sobre o planejamento: Já pediu para os estudantes identificarem as diferentes formas em que poderiam planejar (estratégias gerais) e depois como fazer a abordagem de uma determinada tarefa de melhor forma (técnica específica)?

  4. Ensinando sobre o monitoramento: Já pediu para os estudantes refletirem porque a tarefa poderia ficar errada? Já pediu para os estudantes identificarem os principais passos para que a tarefa esteja correta?

  5. Ensinando sobre avaliação: Já pediu para os estudantes meditarem sobre a forma de melhorar a sua estratégia se tivessem que re-fazer a tarefa?

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(*)Síntesis elaborada por SUMMA a partir de la revisión sistemática de investigaciones académicas realizadas en la región.