Estratificação escolar

Impacto negativo, Custo muito baixo, Evidência limitada

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Estratificação escolar

A estratificação escolar é realizada com estudantes que têm níveis similares de conquista acadêmica, regularmente em aulas específicas, ou como uma classe completa (conforme as suas aptidões). O suposto indica que será possível um ensino mais eficaz se houver uma faixa de rendimento mais homogênea na aula.

Quão efetiva é a intervenção?

Em geral, a estratificação escolar parece beneficiar àqueles estudantes com rendimento acadêmico mais elevado e ser prejudicial para aqueles com um nível de rendimento médio e menor. Em média, a estratificação não parece ser uma estratégia eficaz para elevar o rendimento de estudantes desfavorecidos, pois tem maiores probabilidades de que eles sejam designados para grupos de menor rendimento.

Em média, os estudos demonstram que estudantes com maior rendimento acadêmico obtêm entre um e dois meses de progresso adicional quando são estratificados de acordo com o seu rendimento ou desempenho acadêmico, em comparação comas aulas onde recebem o ensino em grupos com habilidades mistas. Os estudos de intervenções dirigidas para estudantes identificados como "dotados e talentosos" são consistentes com este achado. Eles demonstram que os estudantes de elevado rendimento acadêmico são beneficiados com uma variedade de agrupações diferentes, incluindo aulas em que são retirados das classes normais, classes aceleradas e promoção (onde esses estudantes de elevado rendimento acadêmico passam para outra série superior pulando um ano). Os efeitos destes programas podem fornecer uma vantagem para esses estudantes desde 3 até 12 meses de aprendizagem adicional.

Porém, a investigação sobre esses esquemas de “dotados e talentosos”, quase nunca registra o impacto dos planos nos estudantes não identificados como "dotados e talentosos", que têm maior chance de provir dos ambientes desfavorecidos. Os estudantes de baixo nível de conquista acadêmica permanecem atrasados em média um ou dois meses por ano, em comparação com o progresso dos estudantes similares em aulas com grupos de habilidades mistas. Parece provável de que as estratificações escolares estejam enfraquecendo a confiança dos estudantes de menor rendimento e dissuadindo a crença de que o rendimento pode melhorar mediante o esforço. A investigação também sugere que a estratificação de habilidades pode ter um efeito negativo no longo prazo nas atitudes e no comprometimento dos estudantes de baixo rendimento. Convém notar que existem algumas exceções nesse âmbito, nas quais a estratificação tem beneficiado a todos os estudantes. Poderiam ser realizados mais estudos para entender porque o resultado foi diferente naqueles casos.

Embora o impacto em média da estratificação escolar com estudantes de baixo rendimento é negativa, a evidência sugere que certos tipos de estratificação são mais eficazes do que outros. Alguns estudos têm demonstrado que a redução do tamanho dos grupos de menor rendimento e a designação de professores de alto desempenho para eles, pode ser eficaz, como também a dotação de apoio adicional para grupos de recuperação.

Evidência na América Latina

Há pouca evidência na América Latina e no Caribe do impacto da estratificação dos alunos de acordo com o desempenho em suas realizações acadêmicas. Algumas pesquisas exploratórias na região concentram- se especificamente nas práticas de ensino para estudantes talentosos. Nesta linha, as práticas de ensino que tendem a ser mais valorizadas por estudantes com alto desempenho são aquelas que lhes permitem ser solidariamente responsáveis por seus processos educacionais. O estudo argumenta que a estratificação de estudantes talentosos é um desafio importante para os professores, que geralmente não possuem as ferramentas ou metodologias pedagógicas necessárias ou específicas para promover adequadamente o processo de aprendizagem desses alunos.

A evidência atual na região é escassa. Mais pesquisas são necessárias na estratificação de estudantes de acordo com seu desempenho, a fim de compreender melhor o impacto sobre a aprendizagem.

Quão segura é a evidência?

A evidência sobre a estratificação escolar é bastante consistente e tem se acumulado durante ao menos 30 anos de investigação. Embora exista certa variação dependendo dos métodos e do desenho da investigação, as conclusões sobre o seu impacto são relativamente consistentes.

Quais são os custos?

O reagrupamento e a separação dos estudantes por nível de desempenho são estratégias organizacionais que têm poucos custos associados. Custos adicionais poderiam ser necessários, se chegassem a precisar de mais turmas ou salas de aula. Geralmente, os custos são estimados como muito baixos.

O que devo considerar?

Antes da implementação desta estratégia em seu ambiente de aprendizagem, considere o seguinte:

  1. A estratificação flexível dentro da sala de aula é preferível à estratificação conforme as aptidões, para estudantes de baixo rendimento acadêmico.

  2. É importante reconhecer que uma medida em tempo real de uma conquista, como uma prova, não é o mesmo que uma medida de potencial.

  3. Já considerou como as diferenças na estratificação irão permitir um ensino mais eficaz para todos os estudantes, inclusive para aqueles que têm menor rendimento acadêmico?

  4. Como vai realizar o monitoramento do impacto da estratificação escolar na atitude dos estudantes em relação à aprendizagem e a sua participação?

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(*)Síntesis elaborada por SUMMA a partir de la revisión sistemática de investigaciones académicas realizadas en la región.